Em reunião marcada para hoje, a Executiva Nacional do PT vai mexer em vários vespeiros: da instalação de uma comissão de ética para expulsar os petistas Oswaldo Bargas e Expedito Veloso à queda da taxa de juros, considerada insuficiente pelo partido. Além disso, um documento intitulado ‘Mensagem ao Partido’, divulgado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo, agita as correntes petistas. Motivo: ao propor o debate sobre os rumos do PT, relembra a ?crise de corrupção ética e programática? vivida pela sigla e prega a formação de ?um novo campo político? para construir consensos na legenda.
Escrito por petistas que não tiveram os nomes envolvidos em escândalos, como o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, o texto ressuscitou a disputa entre as facções do PT, a poucos dias dos 27 anos do partido, que serão comemorados em 10 de fevereiro, em Salvador. O documento propõe uma reflexão para o 3º Congresso petista, em julho, e um código de ética interno.
Sem rodeios, a versão preliminar do texto – que conta com o apoio de governadores do PT e da tendência de esquerda Democracia Socialista – afirma que, se o modelo de direção petista conduziu Luiz Inácio Lula da Silva à vitória, em 2002, também empurrou a legenda para grave crise ética e política, ?capaz de ameaçar a sobrevivência do PT?.
?Eu acho que o Tarso fica contemplando o Rio Guaíba e de três em três meses tem essas idéias de refundação do PT?, ironiza o deputado eleito Jilmar Tatto, um dos vice-presidentes do partido numa referência ao Rio Grande do Sul, Estado do ministro. ?Nessa hora, cada um quer ser salvar, mas não me fascina nem a caça às bruxas nem a refundação do PT.