A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, apresentou em março deste
ano o menor índice de aprovação no exame para o exercício profissional de toda
sua história. Dos 2.888 candidatos inscritos apenas 254 foram aprovados, o que
representa um índice de 8,8%.
"Foi uma surpresa", disse o presidente da
OAB-PR, Manoel Antonio de Oliveira Franco. "Não nos deixa satisfeitos, mas muito
preocupados." Segundo ele, a surpresa foi ainda maior em razão de ele ter
percorrido várias faculdades no ano passado para falar sobre a instituição e
especialmente sobre a importância e a forma do exame, incentivando a todos para
que se preparassem. E vinha dando certo.
Em março de 2004, o índice de
aprovação foi de 16,7%, passando para 19,9% em agosto e para 21,3% em dezembro.
"E agora fomos surpreendidos com essa queda", lamentou. Franco acredita que há
justificativas para o resultado negativo. Segundo ele, em março participam os
alunos que vinham represados de outras tentativas. Mas não apaga algumas
realidades. Ele ressaltou que a entidade não quer prejudicar ninguém. "Não há
reserva de mercado", acentuou. Por isso, está pedindo uma revisão do exame para,
se necessário, adotar nova formatação e novos critérios. "Não vamos diminuir o
rigor, mas conduzir de forma diferente", ponderou.
Tradicionais
De
acordo com Franco, as faculdades que historicamente aprovam mais continuam na
dianteira. "Quem vem derrubar são os novos cursos, esses que estamos combatendo
há tempos", afirmou. No entanto, ressaltou ter chamado a atenção o fato de que
também faculdades tradicionais tiveram uma diminuição na aprovação em março. A
Universidade Federal do Paraná, por exemplo, que tem um histórico de 50% de
aprovação, ficou com 33%. "Isso nos preocupa muito", disse. O coordenador do
curso na UFPR, Edson Isfer, não foi encontrado hoje à tarde.
A seccional
de Cascavel, no oeste do Estado, foi uma das que apresentaram menor índice de
aprovação no Estado, com apenas 2,34% ganhando o direito de exercer a advocacia.
De 470 inscritos, somente 11 passaram.