Cid Campêlo dá entrevista no Cope. |
Foram presos hoje, no início da manhã, o ex-secretário do governo Jaime Lerner Cid Campêlo, o ex-secretário de Estado da Fazenda e ex-presidente da Copel Ingo Hübert e dois ex-integrantes da diretoria da Copel, César Antônio Bordin e Sérgio Luiz Mollinari.
Os quatro, suspeitos de envolvimento na transferência irregular de créditos de ICMS e compra desnecessária de energia elétrica pela Copel, foram detidos às 6h30 da manhã e levados ao Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (Cope). Todos são acusados de peculato, apropriação indébita e formação de quadrilha.
As transações irregulares foram realizadas em setembro de 2002 entre a Copel e a Associação dos Diplomados da Faculdade de Administração e Economia da USP (Adifeia). R$ 17 milhões teriam sido desviados e depositados, em três parcelas, na conta da empresa Embracom.
Duas outras pessoas – o dono da empresa Embracon, Maurício Roberto da Silva, e a advogada Desiree Fregonese – também tiveram a prisão decretada e, segundo informações iniciais, estariam foragidas.
De acordo com o advogado Dálio Zippin, que esta no Cope representando a OAB, outras quatro prisões foram feitas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os acusados estão sendo transferidos para Curitiba devendo chegar nas próximas horas no aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais região metropolitana de Curitiba.
Político
Cid Câmpelo, autorizado pelo delegado do Cope, Marcos Miqueloto, a falar com a imprensa, se pronunciou sobre o ocorrido quatro horas após ser detido. Ele definiu sua detenção como “uma prisão política” e revelou que seus advogados já estão entrando com um pedido de habeas corpus.
“Eu sou o primeiro preso político após a ditadura militar. Os responsáveis pela minha prisão são parte dos mandatários do atual governo, o Ministério Público e outras pessoas que não quero citar”, declarou Cid. “Há um complô do atual governo para tentar desmoralizar o governo anterior.”