O ex-secretário dos Transportes de São Paulo no governo Mário Covas, Michael Paul Zeitlin, um dos maiores especialistas em concessões de rodovias para o setor privado, lamentou hoje que "o governo tenha deixado de lado a idéia de realizar as concessões de sete trechos das rodovias federais por questões políticas". Segundo ele, não haverá recursos suficientes para tocar as obras necessárias nesses trechos.

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Zeitlin citou especificamente o caso da rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais. "Os governos de Minas e de São Paulo são do mesmo partido, o PSDB, que defende as concessões, e sabe que dão certo. Os dois Estados serão punidos se esta determinação se concretizar. Se o Paraná não quer praças de pedágio, tem-se que pensar em outra alternativa, mas não penalizar os outros Estados", disse, referindo-se ao governador Roberto Requião (PMDB), que pressionava pela retirada dos trechos paranaenses na licitação do governo federal.

Ele lembrou que em São Paulo, as concessões são bem fiscalizadas "e mesmo que se tenha cometido algum erro no passado, em algum ponto de sua regulamentação, os benefícios são maiores". Zeitlin lembrou do ex-governador Mário Covas, que dizia que "estradas caras são as que não foram construídas".

O ex-secretário paulista disse que estas estradas que teriam trechos colocados em regime de concessão, com participação da iniciativa privada, participam de um processo de integração do País, como a Fernão Dias, uma ligação fundamental entre São Paulo e Minas Gerais, e a Regis Bittencourt, ligação essencial entre o Sudeste e o Sul do País. "Foi uma péssima notícia (a suspensão). O governo não tem dinheiro para realizá-las (as obras) e, se isto ocorrer, não será a mesma coisa do que uma rodovia bem construída, como as efetivadas pela iniciativa privada".

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Zeitlin era secretário à época das concessões dos complexos rodoviários paulistas Anhangüera-Bandeirantes, Anchieta-Imigrantes e Castello Branco-Raposo Tavares, entre outros trechos.