Brasília – O ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira distribuiu nota à imprensa questionando a ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal contra ele e o ex-secretário da Receita Federal Everardo de Almeida Maciel, entre outros réus. Segundo Caldas Pereira, que exerceu a função no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, a proposição da ação de improbidade administrativa "configura um ato de pura má-fé". Afirma ele: "São várias as evidências de que seu intuito não é a proteção do interesse público, mas sim produzir uma notícia que ganhe repercussão na imprensa, por mais infundada que seja".
O MPF informa que requisitou em julho de 2000 uma auditoria fiscal das contas de Eduardo Jorge Caldas Pereira, de sua esposa e de todas as empresas em que ele tivesse adquirido participação nos cinco anos anteriores, por haver indícios de enriquecimento ilícito e existência de incompatibilidade de sua renda de servidor público com o patrimônio declarado. Segundo a ação, assinada pelos procuradores da República Lauro Pinto Cardoso Neto e Valquíria Quixadá Nunes, o pedido de auditoria não foi cumprido pelo então secretário da Receita Federal, Everardo Maciel. Na época, teria sido aberto apenas um procedimento fiscal contra Caldas Pereira e a esposa.
Em sua resposta à imprensa, o ex-secretário Caldas Pereira afirma que não foi sequer investigado antes da ação e que o procurador deixou claro que seu objetivo era "pegar o Eduardo Jorge". Diz também que ele descumpriu uma liminar que determinava a suspensão da investigação contra Everardo Maciel. E conclui que "o procurador pratica atos de improbidade administrativa e de natureza criminal quando mente, omite documentos e informações que estavam disponíveis para ele e falseia o significado das coisas para tentar iludir o juiz".
