Ex-presidente da Eletrobrás quer criação de plano de contingência

Rio – O ex-presidente da Eletrobrás e consultor do grupo GP Investimentos, Firmino Sampaio, fez um alerta hoje (10) sobre a forte dependência do Brasil em relação aos países vizinhos para o suprimento de energia elétrica. "Já temos cerca de 7.300 MW supridos por países vizinhos. Temos de ter um plano de contingência caso surjam problemas similares a esse que está ocorrendo na Bolívia", comentou Firmino em palestra no seminário "A energia e o desenvolvimento do Brasil", na Firjan.

Ele considera que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) já deveria ter feito uma reunião, mesmo informal, para discutir a questão.

"Não quero ser o profeta do apocalipse e nem estou dizendo que teremos problemas com o Paraguai, semelhantes aos da Bolívia. Mas temos de lembrar que a usina de Itaipu, que é binacional, supre de 20% a 25% do consumo de energia elétrica no Brasil", comentou Firmino.

Ele observou que essa é uma preocupação permanente da Forças Armadas brasileiras. "Quando estávamos negociando o acordo do gasoduto com a Bolívia, vários militares advertiram o governo para criar um plano de contingência. Infelizmente, nem sequer estamos analisando a questão da forma devida", avaliou.

O consultor do grupo Odebrecht, Abel Holtz, que também participou do mesmo seminário, observou que o Banco Mundial fez um estudo alertando que o Brasil só deveria concluir as negociações para a construção do gasoduto com a Bolívia se tivesse construído alternativas para alguma emergência. "A recomendação era investir forte na produção interna de gás natural ou ter usinas de regaseificação justamente para evitar problemas como os atuais", observou Holtz. "Sem opções, o Brasil fica em dificuldades de negociação", complementou.

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