Brasília (AE) – O ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), negou hoje (2) a existência de saques efetuados por ele ou por pessoas indicadas, no valor de R$ 200 mil, em contas relacionadas a Marcos Valério Fernandes de Souza ou às empresas do empresário apontado como operador do "mensalão". Em nota, disse que "o único saque realizado a seu pedido em uma dessas contas foi o de R$ 50 mil, já divulgado e confirmado".

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O saque admitido por João Paulo foi feito pela mulher dele, Márcia Milanêsio, na conta da SMP&B na agência do Banco Rural do Brasília Shopping, conforme revelou apuração da CPI dos Correios.

No texto distribuído à imprensa, João Paulo afirma que "em breve" explicará publicamente "todas as circunstâncias" que envolvem o saque e a razão de ele ter sido feito. "Espero que a verdade seja resposta para que se evite o cometimento de novas injustiças", escreveu o ex-presidente da Câmara.

Hoje (2) havia expectativa, conforme afirmaram inclusive integrantes da cúpula do PT, que João Paulo Cunha abrisse mão de seu mandato e adotasse o caminho da renúncia, o mesmo seguido pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), um dia antes.

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Pela manhã, João Paulo, que recebeu em sua residência os colegas de partido Paulo Rocha (PA), ex-líder da bancada na Câmara, e Professor Luizinho (SP), negou que estivesse pensando em renunciar. "Não tem nada disso", afirmou. A exemplo de João Paulo, também se esperava para hoje a renúncia de Paulo Rocha e Luizinho, que, respectivamente, têm seus nomes envolvidos em saques de R$ 920 mil e R$ 20 mil.

À tarde, João Paulo, Paulo Rocha e Luizinho chegaram a assistir juntos, desta vez no gabinete do ex-presidente da Câmara, a trechos do depoimento do ex-ministro da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), ao Conselho de Ética da Câmara.

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O PL também divulgou nota na qual afirma que o ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, não é proprietário ou tem qualquer participação de qualquer natureza na empresa Guaranhuns. No texto, o partido confirma que Costa Neto recebia recursos do PT para "honrar compromissos assumidos na campanha de 2002". E afirma: "A maneira como o PT procedia para efetuar os pagamentos só o PT pode explicar." A nota é assinada pela assessoria de imprensa do PL.