A CPI dos Correios aprovou hoje a convocação de Carla Cicco, ex-presidente da Brasil Telecom, para explicar a assinatura de dois contratos de publicidade, no valor total de R$ 50 milhões, com as agências SMP&B e DNA, do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Os dois contratos foram suspensos no dia 24 de junho, dias depois do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) ter denunciado o escândalo do "mensalão".

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Integrantes da Comissão suspeitam que o banqueiro Daniel Dantas, que até 30 de setembro administrava a Brasil Telecom pelo Opportunity, seja o financiador de recursos dos caixa 2 de Marcos Valério. Desde o início de outubro, a Brasil Telecom passou a ser administrada pelos fundos de pensão e pelo Citigroup. A título de honorários, os dois contratos da Brasil Telecom garantiam um pagamento de R$ 187,5 mil para as duas agências de Marcos Valério.

O contrato com a SMP&B foi assinado no dia 25 de abril de 2005, e o com a DNA, em 20 de maio último. Nos últimos três anos, a principal agência que trabalhava para a Brasil Telecom era a do publicitário Duda Mendonça, com um orçamento anual de R$ 40 milhões.

A CPI dos Correios também aprovou hoje a viagem do presidente da Comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), da senadora Ideli Salvati (PT-SC) e do deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) aos Estados Unidos. Eles pretendem chegar segunda-feira, dia 31, a Washington para reunir-se com representantes do Departamento de Justiça norte-americano.

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No dia seguinte eles vão a Nova York para tentar obter autorização para ter acesso aos documentos com a quebra do sigilo bancário e fiscal da conta Dusseldorf, de Duda Mendonça. Em depoimento à CPI dos Correios, o publicitário revelou que recebeu R$ 10,5 milhões nessa conta como parte do pagamento de seus serviços pela campanha do PT, em 2002.