Ex-PMs acusados de participarem de chacina no Rio começam a ser julgados

Começou nesta sexta-feira (22) no 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, o julgamento de dois ex-policiais militares acusados de participarem da chacina de Vigário Geral, em que 21 pessoas foram assassinadas, em agosto de 1993. José Fernandes Neto e Paulo Roberto Alvarenga estão sendo julgados pela segunda vez porque receberam penas superiores a 20 anos, benefício previsto no Código Penal. A audiência teve início às 9h30 horas e não há previsão de término.

Dos 52 policiais militares denunciados pelo Ministério Público, apenas sete foram condenados. Os outros foram absolvidos por falta de provas. Alvarenga e Neto respondem a crimes de homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio, pois quatro pessoas ficaram feridas no massacre.

Pela manhã, o juiz Luiz Noronha Dantas ouviu os réus. Alvarenga e Neto alegaram inocência e disseram que estavam em suas casas na noite do crime. Depois da pausa para o almoço, o julgamento recomeçou e as testemunhas começaram a ser ouvidas. Em abril de 1997, Alvarenga foi condenado a 449 anos de prisão, mas teve a pena reduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Foragido, ele se entregou em março deste ano. O primeiro julgamento de Neto, em que recebeu condenação de 45 anos, ocorreu três anos depois, em setembro de 2000.

A chacina de Vigário Geral, que ganhou repercussão no mundo inteiro, aconteceu na madrugada de 30 de agosto de 1993. Segundo testemunhas, um grupo de policiais militares entrou na favela atirando. Entre os 21 mortos, está uma família de evangélicos, que foi executada dentro de casa. As outras vítimas estavam em ruas e num bar da comunidade. O motivo para o massacre teria sido vingança pela morte de quatro PMs na favela.

Outro crime que chocou o mundo também foi lembrado hoje (22). Duas mil pessoas fizeram passeata pelo centro da cidade, para lembrar o 12.º aniversário da Chacina da Candelária, cometida na madrugada de 23 de julho de 1993. Oito meninos de rua foram mortos próximo à Igreja da Candelária por policiais militares. Os manifestantes percorreram a Avenida Rio Branco, uma das principais do centro. O trânsito ficou engarrafado em vários pontos.

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