Salvador, 09 (AE) – O ex-pastor Roberto Santos Galiza, de 23 anos, que trabalhou na Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) foi condenado na madrugada de hoje, por cinco votos a dois, a 23 anos e cinco meses de prisão pelo homicídio duplamente qualificado do adolescente Lucas Vargas Terra de 14 anos, crime ocorrido em março de 2001 na capital baiana. O resultado foi um alívio para a família de Lucas que há três anos aguardava decisão da Justiça. O advogado do réu anunciou que vai recorrer.
O julgamento presidido pelo juiz Cássio Miranda, titular da 2ª Vara do Júri de Salvador durou 42 horas e foi decidido em função das evidências apresentadas pela promotoria a partir da investigação da polícia, pois não houve testemunhas do crime.
Na noite do dia 21 de março, Lucas que era obreiro da IURD ligou para casa avisando o pai Carlos Terra que iria até o templo da seita no Bairro do Rio Vermelho a pedido do Galiza que na época era pastor da organização. O rapaz não voltou mais para casa. Seu corpo foi encontrado parcialmente queimado numa vala da Avenida Vasco a Gama.
No local onde o corpo foi encontrado policiais acharam um tipo de madeira e tecido usado para fazer a fogueira, igual a mesmo materiais existentes no templo do Rio Vermelho. Testemunhas contaram no julgamento que Lucas era assediado sexualmente por Galiza e o motivo do crime seria o fato dele não rer cedido. “Estávamos contando os dias da condenação e ao ouvirmos o resultado do júri foi como se nós estivéssemos sendo absolvidos desse peso”, disse Marion Terra, mãe de Lucas.
O advogado de Galiza, Leite Mattos confirmou que irá recorrer do resultado. “O julgamento foi eivado de erros: todas as testemunhas ouvidas disseram que não viram o pastor matar o menino”, disse.
Ex-pastor da Igreja Universal condenado a 23 anos por homicídio
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