Foi um começo difícil, sem resultados convincentes e sob desconfiança de parte da torcida. Mas, após 14 rodadas, o técnico Caio Júnior conseguiu colocar o Palmeiras na zona de classificação à semifinal do Paulistão. Com a vitória sobre o Sertãozinho, por 4 a 2, no domingo, o time chegou aos 25 pontos, na quarta colocação.
"Chegamos entre os quatro, mas ainda está tudo aberto. A luta vai ser difícil até o final", avisou Caio Júnior, consciente de que ainda tem muito trabalho pela frente.
Substituto de Jair Picerni, demitido em dezembro após livrar o Palmeiras do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, Caio Júnior é exatamente o oposto de seu antecessor. Calmo e sereno, é difícil vê-lo berrando com os jogadores na beira do gramado, como fazia Picerni aos gritos de "pega!, pega!". Mostra companheirismo com os jogadores e preza o trabalho psicológico.
Em suas três primeiras partidas no Palmeiras, conquistou nove pontos. Parecia que a diretoria tinha acertado na escolha do treinador. Em seguida, porém, vieram os maus resultados, e o time ficou seis jogos sem vencer. O discurso de Caio Júnior se repetia com os tropeços ao longo da competição. Tempo, trabalho a longo prazo e paciência eram os seus pedidos. E a diretoria se fazia presente em cada fim de partida para dar apoio ao técnico.
Caio Júnior nunca se arrependeu de ter trocado o Paraná – classificado para a Libertadores deste ano – pelo Palmeiras, um clube com problemas financeiros e que estava no meio de uma confusão política. E, com o passar do tempo, tem mostrado que tomou a decisão certa.
"A equipe não pode abaixar os braços. Tem de ter este espírito sempre", disse Caio Júnior, após a vitória de domingo, em Sertãozinho. "Estou muito satisfeito.
Em 2006, quatro treinadores passaram pelo Palmeiras: Emerson Leão, Tite, Marcelo Vilar e Picerni. Nenhum deu certo. Nenhum, aliás, tinha o apoio total da diretoria. Mas Caio Júnior tem. E ganhou também o respeito dos jogadores.
"Tivemos quatro técnicos no ano passado, e o time não tinha um padrão de jogo. Hoje, depois de um começo de ajustes, o Caio estabeleceu uma maneira de jogar da nossa equipe", afirmou o atacante Edmundo, capitão, artilheiro e ídolo palmeirense.