O Tribunal Penal Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) para Ruanda, encarregado de julgar os supostos mentores do genocídio de 1994 em Ruanda, confirmou nesta terça-feira (16) a prisão perpétua para um ex-ministro da Fazenda ruandês por seu papel nos massacres, afirmou um porta-voz do tribunal.
Em julho de 2004, uma instância inferior do tribunal considerou culpado Emmanuel Ndindabahizi, de 57 anos, um ex-ministro da Fazenda, pelas três acusações de genocídio e crimes contra a humanidade que pesavam contra ele e condenou-o à prisão perpétua – a mais dura sentença do tribunal – por ajudar na matança em Kibuye, no oeste de Ruanda.
Na apelação que se seguiu à sentença em primeira instância, a promotoria provou sem deixar dúvidas que Ndindabahizi distribuiu granadas e machados e incentivou os hutus extremistas a matar tutsis, afirmou Danford Mpumilwa, porta-voz do tribunal. Mpumilwa disse que os juízes consideraram que a posição de influência de que gozava o ministro tenha acelerado a matança.
Mais de 500 mil pessoas, a maioria das quais da minoria tutsi de Ruanda, foram massacradas por gangues armadas, combatentes milicianos e soldados da maioria hutu do país, durante a matança que foi orquestrada por um governo de extremistas hutus. Ndindabahizi foi preso na Bélgica, em julho de 2001, onde havia solicitado o status de refugiado. Ele foi indiciado em outubro de 2001.
O Tribunal Penal Internacional da ONU para Ruanda já concluiu 31 julgamentos, incluindo cinco absolvições, desde que foi estabelecido pelo Conselho de Segurança da ONU, em novembro de 1994.