O PT é um desdobramento do trabalhismo da Era Vargas, assim como a eleição de um operário, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente. A afirmação foi feita hoje, no Recife pelo ex-ministro da Agricultura no governo do ex-presidente João Goulart em 1963, Armando Monteiro Filho, durante o Seminário Getúlio Vargas 50 anos Depois, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e pela Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe), para marcar os 50 anos do suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas.
Assumido como “varguista convertido”, Monteiro Filho acredita que a “Era Vargas” não acabou e estará presente sempre que o Brasil der um passo em direção ao desenvolvimento econômico e à paz social.
Para o ex-ministro do Trabalho e Previdência Social do gabinete do ex-primeiro-ministro Tancredo Neves (1961-1962), Almino Affonso, o principal legado do ex-presidente foi pôr na prática a idéia do Estado como propulsor do desenvolvimento econômico – com a criação de estatais como a Petrobras, Companhias Vale do Rio Doce (CVRD, Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e Siderúrgica Nacional (CSN) – e social, com a legislação trabalhista. Segundo Affonso, mesmo privatizadas, CVRD e CSN continuam dando impulso à economia -, mas a Era Vargas também sobrevive pelas lembranças de caráter repressivo do Estado Novo.
O historiador Dênis Bernardes, da Ufpe, destacou que não há, desde o ex-presidente, nenhum projeto nacional de crescimento econômico. “Talvez, o que ainda possa ser presente é a pergunta sobre as possibilidades de um projeto de desenvolvimento nacional democrático, no qual o Estado seja um elemento ativo e indutor e no qual a inclusão social da maioria da população seja o seu horizonte fundamental”, afirmou.
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