Ex-gerente de Marketing da Nossa Caixa reitera parte da culpa

Após quatro horas depoimento ao Ministério Público (MP), o ex-gerente de Marketing do Banco Nossa Caixa Jaime de Castro Júnior reiterou o posicionamento na sindicância interna da instituição financeira, assumindo parte da culpa na não-prorrogação dos contratos de publicidade com a Collucci Associados e a Fulljazz Propaganda. Castro Júnior cita mais três envolvidos no caso, o ex-assessor de Comunicação do pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) Roger Ferreira e dois diretores do banco. Castro Júnior mencionou apenas um deles, Daniel Rodrigues Alves, do Departamento Jurídico. Refere-se ao responsável pelo Departamento de Contratos, mas não cita o nome. "Ele confirma um fato gravíssimo que é a não-prorrogação dos contratos. Castro Júnior mostrou que o banco operou e recebeu serviços de empresas de publicidade sem cobertura contratual por mais de um ano e meio", disse o promotor que investiga o caso, Sergio Turra Sobrane.

Sobrane pretende continuar as investigações e chamar Ferreira para depôr. Em nota, Ferreira disse que "a comunicação da Nossa Caixa é de inteira responsabilidade da Nossa Caixa". "Como empresa cotada na Bolsa de Valores, a Nossa Caixa não tem nenhuma subordinação formal ou informal no que se refere a comunicação, a nenhuma instância ou pessoa exterior à empresa."

Castro Júnior confirmou que, no momento em que desconfiou de irregularidades nos contratos, comunicou ao presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, e também a Alves, que teria tido conhecimento antes desse comunicado.

Na manhã de hoje, depôs também o diretor de Marketing do banco, Mário Sérgio Moreira Lopes. Ele disse que recebeu um telefonema do deputado Wagner Salustiano (PFL) em que o nome de Alckmin foi citado. "O telefonema teria sido feito devido a uma negativa de publicidade nos veículos pertencentes a ele, e por isso teria ficado bastante irritado", disse Sobrane. Outros dois deputados estariam envolvidos: Edson Ferrarini (PTB) e Afanásio Jazadji (PFL). Sobrane confirmou que Jazadji se prontificou a esclarecer as dúvidas e deve comparecer no MP em breve. O ex-gerente de marketing do banco afirmou também ser normal a interferência de Ferreira nas ações da Nossa Caixa, bem como a indicação por parte da Secretaria de Comunicação dos veículos beneficiados. O promotor do caso disse que Castro Júnior tinha noção de que os veículos eram de deputados, mas não considerava esse fato relevante na aprovação ou não de um contrato de marketing. "Nós estamos investigando a tese de favorecimento político dos deputados, mas não chegamos a nenhuma conclusão com os depoimentos de hoje", disse Sobrane.

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