O ex-diretor financeiro do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) José Eduardo Batista rebateu hoje (15) o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou prejuízo de R$ 1,095 bilhão em investimentos da estatal no governo Fernando Henrique Cardoso, durante o ano de 2002. Batista qualificou a auditoria de "inconseqüente" e "absurda".

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O relatório do TCU está no levantamento publicado hoje (15) pelo jornal "O Estado de S. Paulo" que mostra desvios de R$ 2,2 bilhões em verbas públicas, segundo auditorias do tribunal e da Controladoria-Geral da União (CGU) enviadas à CPI dos Correios.

Os trabalhos descobriram irregularidades em contratos firmados pelo governo federal tanto no governo Luiz Inácio Lula da Silva quanto na gestão Fernando Henrique Cardoso. A auditoria criticada por Batista é a que identificou as maiores perdas em dinheiro público.

Segundo relatório do TCU, o IRB teve prejuízos de US$ 438 milhões ao fazer aplicações "desastrosas" no exterior em 2002. Os auditores compararam a rentabilidade dessas aplicações estrangeiras com a do Banco do Brasil e, pela diferença de lucro calcularam o prejuízo. O relatório também afirma que os diretores do IRB infringiram as próprias normas da estatal ao aplicarem os US$ 240 milhões, valor acima do permitido pelo Conselho Monetário Nacional.

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Batista, que deixou o cargo em 2003, se defendeu e disse que o cálculo do TCU é equivocado porque as reservas do IRB estavam lá foram e não poderiam se aplicadas no Brasil, em função de dívidas da estatal no exterior. "As divisas do IRB deveriam ficar no exterior para garantir pagamentos de sinistros devidos lá fora. Para pagar dívidas em dólar, tínhamos que manter aplicações na mesma moeda", alegou. "Além do mais, a opção pelas aplicações partiu de uma consultoria independente, que estudou nossos ativos e sugeriu o tipo de investimento feito. Na verdade, foi a partir de 2003 e 2004 que os investimentos do IRB no exterior aumentaram", alfinetou.