Brasília ? O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, disse, hoje, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios que não tinha ingerência sobre o aporte de recursos da instituição para a Visanet. Segundo ele, as antecipações de recursos do Banco do Brasil feitas em 2003 e 2004 pela Visanet para a agência de publicidade DNA era um procedimento normal. Pizzolato disse ter buscado o aconselhamento do ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Luiz Gushiken, e do ex-presidente do Banco do Brasil, Cássio Kasseb, antes de autorizar as antecipações.

continua após a publicidade

A CPI apurou que, entre 2003 e 2004, R$ 73,8 milhões do fundo de publicidade da Visanet ? que seria administrado pelo BB ? foram repassados para a DNA. Segundo Serraglio, um dos contratos que chama a atenção trata de um repasse feito no dia 12 de março de 2004 de R$ 35 milhões.

Apesar de ter assinado o documento que autorizou o repasse antecipado de R$ 23 milhões, em 2003, e R$ 35 milhões, em 2004, o ex-diretor do Banco do Brasil disse que não tinha informações sobre esta questão. Segundo ele as decisões eram tomadas pela própria Visanet, por meio do seu conselho, e a diretoria de Varejo do Banco do Brasil.

A postura adotada por Pizzolato na CPMI de afirmar que não tinha qualquer responsabilidade sobre os contratos de publicidade feitos pela Visanet com recursos do Banco do Brasil irritou os parlamentares da comissão. Ele foi alertado pelos deputados Eduardo Paes (PSDB-RJ) e José Eduardo Cardozo (PT-SP) que, na condição de testemunha, poderia ter o pedido de prisão decretado por qualquer parlamentar se fosse flagrado por falso testemunho.

continua após a publicidade

O próprio presidente da CPMI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), também advertiu Pizzolato. "A um diretor do Banco do Brasil não concebe o desconhecimento de fatos relativos a sua área. Os orçamentos, mesmo que remanejados por outra área, necessariamente passa pelo ‘ok’ da área fim. Algumas coisas não podem ser colocadas de forma frugal e trivial porque depõem até contra os servidores do Banco do Brasil", disse Delcídio Amaral.