O empresário Ênio Ribeiro de Almeida, atual presidente do Paraná Clube e ex-diretor de Crédito Imobiliário do Banco Bamerindus, declarou ontem estar confiante no recurso apresentado ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, com sede em Porto Alegre. No último dia 7 de agosto, ele foi condenado por gestão temerária frente à diretoria da instituição financeira pela 3.ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Em ação penal proposta pelo Ministério Público Federal, o juiz federal substituto Marcos Josegrei da Silva determinou o pagamento de R$ 50 mil para entidades filantrópicas e a perda de bens e valores no montante de R$ 43.420.591,29, referente ao prejuízo causado ao Banco Bamerindus.
Ênio Ribeiro disse que assim como foi inocentado da acusação de administração fraudulenta, também acredita na absolvição no processo por gestão temerária. O ex-diretor do Bamerindus concorda que a notícia da condenação causou impacto para quem leu, mas afirmou estar bastante tranqüilo de que não terá que pagar nada. “Quem não deve, não teme”, resumiu. Ênio Ribeiro acredita que o “recurso ao TRF vai vingar assim como aconteceu nos processos de outros diretores do Bamerindus envolvidos na mesma situação”.
Segundo a ação penal, o empresário teria concedido, entre 1992 e 1998, empréstimos na ordem de R$ 43 milhões para cinco empresas do ramo de construção civil, estabelecendo taxas de juros muito inferiores às de mercado, perdoando parcialmente as dívidas, alongando prazos e formalizando garantias insuficientes, e até mesmo inexistentes, ao pagamento dos empréstimos. O empresário foi condenado com base na Lei n.º 7.492/86 (“Lei do Colarinho Branco”) por gestão temerária, mas absolvido do crime de gestão fraudulenta.