Rio – O ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo, negou hoje (10), em depoimento na Polícia Federal (PF), todas as acusações de envolvimento em um suposto esquema de caixa 2 na empresa. Após cerca de seis horas de depoimento, Toledo saiu da sede da Polícia Federal sem dar entrevista.
Apenas o advogado Rogério Marcolini conversou rapidamente com os jornalistas. "Ele (Toledo) negou a autenticidade da lista, disse que ela é uma montagem. E negou também qualquer divisão de caixa 2 de Furnas ou qualquer doação de recursos", afirmou Marcolini.
O inquérito da Polícia Federal, aberto em maio de 2005, investiga denúncias sobre a existência de um suposto caixa 2 de Furnas para o financiamento de campanhas eleitorais em 2002. As investigações incluem também uma suposta lista com nomes de 156 políticos de 12 partidos, cuja autoria é atribuída a Toledo. O ex-deputado federal Roberto Jefferson confirmou, em depoimento na PF na semana passada, que recebeu R$ 75 mil em espécie das mãos de Toledo em 2002.
Os depoimentos foram tomados pelos delegados Pedro Ribeiro e Praxiteles Praxedes. Segundo a assessoria de imprensa da PF, os delegados informaram que, além de negar a existência da lista, Dimas Toledo negou que tivesse dado R$ 75 mil a Jefferson. De acordo com a assessoria, a PF deverá pedir uma investigação sobre a autenticidade da lista. O documento seria uma cópia da lista original.
Ontem (9), o tabelião Hamilton Barros e o escrivão Fábio Dello, do cartório do 4° Ofício de Notas do Rio, afirmaram, em depoimento na PF, que a cópia da lista com os nomes dos políticos que teriam sido favorecidos pelo suposto esquema foi autenticada com base em documento original.