O ex-assessor do deputado Professor Luizinho (PT-SP) José Nilson dos Santos inocentou-o hoje de qualquer envolvimento no saque de R$ 20 mil feito na conta do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza no Banco Rural. Santos assumiu a responsabilidade pela obtenção do recurso, em 2003, com o então secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT, Delúbio Soares, que, segundo declarou, o conhecia desde os tempos da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O depoimento do ex-assessor de Professor Luizinho no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara levantou uma contradição entre o que o ex-auxiliar afirmou e o que o deputado alegou em defesa. "Havia consultado Luizinho sobre o dinheiro e ele disse que isso não era com ele, mas com o PT. Então, por conta própria, procurei Delúbio", afirmou Santos, ressaltando que falou sobre o assunto apenas uma vez com ele. Na defesa no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Professor Luizinho disse que sondou com o ex-secretário de Finanças e Planejamento do PT a possibilidade de o partido repassar R$ 20 mil para que fossem usados na campanha de pré-candidatos a vereador e que teria dado conhecimento disso ao então assessor.
Santos afirmou que mentiu nas primeiras vezes em que foi questionado pelo deputado do PT de São Paulo sobre se havia ou não feito o saque no banco, para preservar o emprego. "O deputado não sabia de nada; então, eu preferi ficar quieto", disse. O ex-assessor disse ainda que, quando trabalhava com Professor Luizinho, tinha liberdade para fazer política na região do Grande ABC (SP) e que pretendia disputar uma vaga de deputado estadual nas próximas eleições. O dinheiro que conseguiu com Delúbio, segundo Santos, foi para pagar o designer gráfico José Carlos Nagot, que executou trabalhos para três pré-candidatos a vereador. Nagot também prestou depoimento hoje ao Conselho de Ética e Decoro. Ele garantiu que executou o trabalho para os três pré-candidatos e que recebera o pagamento em dinheiro.
Lamas
O Conselho de Ética também ouviu o depoimento do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas. Lamas reafirmou que cumpria ordens da legenda e que pegava dinheiro das contas de Valério no Rural e passava, diretamente, para o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. O ex-tesoureiro do PL foi ouvido como testemunha no processo de cassação do deputado Wanderval Santos (PL-SP).