Ex-assessor de José Dirceu vai encarar a CPI sem habeas-corpus

O ex-assessor especial da Casa Civil Marcelo Sereno pretende atender sem restrições à convocação da CPI dos Correios e não tomará nenhuma providência jurídica, nem mesmo ajuizar habeas-corpus para não ser preso no depoimento. A informação é do advogado de Sereno, Luiz Paulo Viveiros de Castro. Segundo ele, seu cliente irá sem problemas à comissão porque "tem tranqüilidade para responder ao que for perguntado".

A CPI decidiu convocar Sereno – nos primeiros dois anos do governo Lula um auxiliar muito próximo do então ministro da Casa Civil, José Dirceu – para depor entre 7 e 9 de março.

"Marcelo está tranqüilo", disse Castro. "Não tem este negócio de pedir habeas-corpus ou liminares. Vai depor, como foi na CPI dos Bingos." A CPI investiga a atuação de Sereno em fundos de pensão, nos quais teria indicado dirigentes responsáveis por aplicações supostamente irregulares e danosas. Os parlamentares querem esclarecer a relação entre Sereno e a família Almeida Rego, cujo patriarca, Haroldo Almeida Rego, o "Haroldo Pororoca", foi inabilitado pela Bolsa de Mercadorias & Futuros, em 2002, e cujos filhos, Murilo e Christian, são próximos de Sereno. Fabiana de Castro, ex-gerente financeira do Nucleos (fundo da Eletronuclear), e Carlos Carneiro Lemos, que foi da área de investimentos da Prece (fundação da Cedae, estatal de saneamento do Rio), são parentes dos Almeida Rego e teriam sido indicados aos cargos por Sereno. Ele nega. Castro disse que Sereno não tinha amizade, mas "relação", com "Pororoca". O ex-assessor não foi indiciado ainda por nenhum crime investigado pelas CPIs e pela Polícia Federal.

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