Brasília – O relatório parcial das investigações da Polícia Federal sobre o dossiê, cuja divulgação foi autorizada pela Justiça Federal, mostra que o ex-funcionário da campanha eleitoral de Lula, o analista de mídia e risco Jorge Lorenzetti, foi o articulador de todos os contatos para analisar e negociar os documentos que envolveriam políticos tucanos na compra superfaturada de ambulâncias.
Segundo o material, o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, dono da Planam e acusado de chefiar as fraudes das ambulâncias, teria tido um contato com Valdebran Padilha, filiado ao Partido dos Trabalhadores no Mato Grosso e que levou o contato a Lorenzetti.
A partir daí, o ex-funcionário da campanha solicitou ao ex-agente da PF Gedimar Passos e a uma ?pessoa com formação bancária?, que seria Expedito Veloso, para analisar os documentos oferecidos por Vedoin. Os dois, junto ao ex-secretário executivo do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas, foram até Cuiabá analisar o dossiê.
Lorenzetti, segundo os depoimentos do relatório parcial, reafirmava que a negociação não envolvia dinheiro e que não ?tem a menor idéia onde Gedimar Passos conseguiu todo o dinheiro? que estava com ele num hotel de São Paulo, onde aguardavam o tio de Vedoin para trocar o material.
A parte do relatório da PF que mostra as conclusões parciais dos trabalhados registra que Lorenzetti foi a pessoa que articulou no âmbito nacional a compra do dossiê. Ele distribuiu funções específicas de análise e entrega. ?Tudo sob seu comando e, estranhamente, não sabia do dinheiro?, diz o relatório da Polícia Federal.
Agora, o relatório parcial mostra cinco pontos para os próximos passos da Polícia Federal no caso. Entre eles, checar a origem dos dólares apreendidos, seguir a investigação sobre os reais suspeitos de terem ligação com o jogo do bicho no Rio de Janeiro, além de ouvir novos depoimentos de todos os envolvidos.