Evoé, Severino!

A polêmica suscitada pelo compromisso de campanha assumido pelo deputado Severino Cavalcanti, no afã de tornar-se presidente da Câmara, da elevação dos salários de direito para R$ 21,5 mil, passou a contar com um aliado de altíssimo nível. Trata-se do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Nelson Jobim.

Cavalcanti, ungido pelo baixo clero como representante máximo, homem de raciocínio tosco e corporativista, deixou claro ao ocupar a cadeira da presidência que promessa feita deve ser cumprida. Seu estapafúrdio argumento a favor do imediato aumento de salários (o dele em primeiro lugar) é a aprovação ampla da sociedade à pretensão descabida e discriminatória.

O presidente Nelson Jobim correu ao encontro de Severino para pedir urgência na aprovação da elevação dos salários dos ministros da corte, adiantando que o ideal é a equiparação dos ganhos do presidente da República, ministros do Supremo e parlamentares.

De fato, há grande disparidade nos ganhos desses abnegados senhores: Lula ganha R$ 8,8 mil por mês; os ministros do STF, R$ 17,3 mil, e os deputados, R$ 12,8 mil. O STF enviou projeto ao Congresso propondo que os salários sejam equiparados para as três instâncias em R$ 21,5 mil.

No caso do Supremo, a cupidez pela elevação dos ganhos levou o presidente a reclamar o benefício retroativo a janeiro. Não se pode abrir mão de um ceitil. E fique acertado também, que a partir de janeiro de 2006 o salário pula para R$ 24,5 mil. Se alguém pensou no efeito cascata que o aumento terá sobre os salários da administração pública Brasil afora, não deu um figo podre por essa banalidade. Jamais esse País justificou tanto a merecida pecha de Belíndia.

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