O presidente boliviano, Evo Morales, afirmou ontem que, se fosse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, daria à Bolívia as duas refinarias, hoje controladas pela Petrobras. "Se fosse o Brasil, presentearia as refinarias (para a Bolívia), se estamos pensando em como nos ajudar para reduzir as desigualdades sociais.
Evo disse que as duas refinarias da Petrobras "não são nada para o Brasil". Ontem o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que a empresa vai lutar por indenizações pela perda do controle das refinarias que opera na Bolívia, como prevê a Constituição daquele país.
Segundo Evo, as duas refinarias custam cerca de US$ 100 milhões e a perda destes ativos não causaria problemas ao Brasil. O presidente boliviano disse que vai recomprá-las para corrigir "maus negócios" feitos por governos anteriores, que venderam o patrimônio do Estado boliviano.
Evo cobrou de Lula o mesmo apoio recebido do governo Néstor Kirchner, que recentemente assinou contrato para a compra de mais 20 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Esse acordo, segundo ele, contribuiu para manter as dez petroleiras operando no país.
Os novos contratos assinados com as companhias multinacionais serão enviados ao Congresso na próxima segunda-feira. Evo afirmou que, depois da aprovação pelo Parlamento, chamará a direção das multinacionais e pedirá a retomada imediata dos investimentos. Quer em dois anos estar pronto para atender a Argentina.