Evo confirma presença em ato anti-Bush na Argentina

Embora a intenção da viagem do presidente norte-americano à América Latina seja amistosa, segundo a Casa Branca, George W. Bush vai escutar muitos ruídos por onde passar. Porém, o maior protesto previsto não será no Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México, países que visitará, mas sim na Argentina. O presidente da Bolívia, Evo Morales, já confirmou sua participação no ato "antiimperialismo" que será encabeçado pelo venezuelano Hugo Chávez amanhã em Buenos Aires.

Morales desembarcará pela manhã, procedente do Japão, enquanto que Chávez chegará hoje à noite, segundo informações da Embaixada da Venezuela. O ato está sendo organizado pela famosa associação Madres Plaza de Mayo junto com os líderes piqueteiros (desempregados que recebem subsídios estatais) alinhados com o governo de Néstor Kirchner. A conta, no entanto, quem paga é Chávez, enquanto que a logística fica por conta de Kirchner. A presidente da entidade, Hebe de Bonafini, afirma que o ato anti-Bush terá um público de 30 a 40 mil pessoas.

No estádio de futebol Ferro Carril Oeste, localizado em um bairro tradicional da capital argentina, Caballito, Chávez fará um duro discurso contra Bush, acompanhado por Morales. O presidente do Equador, Rafael Correa, também foi convidado, mas a até o meio-dia de hoje não tinha confirmado participação devido à complicada situação institucional que vive em seu país.

Segurança

A segurança do ato anti-Bush será feita por 300 militares venezuelanos que acompanham Chávez e outros 1000 piqueteiros. A entrada da força militar venezuelana na Argentina já está gerando polêmica. O deputado do opositor "Pro", Cristian Ritondo apresentou à Câmara dos Deputados, um pedido de informações do Executivo para que explique os detalhes dessa operação.

Kirchner e Chávez vão se reunir amanhã pela manhã na residência oficial de Olivos, onde terão um almoço, seguido pela assinatura de vários acordos nas áreas de energia e hidrocarbonetos entre as estatais PDVSA, da Venezuela, e Enarsa, da Argentina. Na agenda de Chávez, está prevista uma visita ao Museo da Memória, na ex-Escola de Mecânica da Armada (Esma), onde funcionou um centro de tortura da ditadura argentina.

O venezuelano também visitará uma planta da Sancor, empresa que recebeu a salvação financeira dos petrodólares, há algumas semanas, com um empréstimo de US$ 135 milhões. O crédito será pago com leite em pó em suaves prestações com prazo de 12 anos.

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