Everest do lucro

Em meio à balbúrdia política, um setor da economia, por sinal o mais forte, navega em mar benfazejo e aprazível. O lucro declarado pelas principais instituições bancárias do País é alguma coisa inimaginável.

Nos primeiros três meses do ano, os quatro maiores bancos brasileiros registraram ganhos suficientes para lastrear o prognóstico de que os lucros de 2005 devem atingir alturas everestianas.

O Bradesco faturou R$ 1,2 bilhão, o dobro do resultado do mesmo período em 2004. O Itaú fechou o primeiro trimestre com um lucro de R$ 1,1 bilhão, o Unibanco embolsou R$ 401 milhões e o Banespa, R$ 300 milhões. Somado, o lucro dessas bandeiras capitalistas, em apenas três meses, chegou a R$ 3 bilhões.

Os juros em constante elevação atuaram como garantia da margem financeira dos emprestadores, crédito em expansão e a ampliação da receita dos serviços explicam o desempenho auspicioso superior em R$ 1 bilhão ao montante registrado no primeiro trimestre de 2004.

Financiamentos para projetos em pequenas e médias empresas, compras de veículos de passeio e transações com cartões de crédito (o Unibanco autorizou 800 mil transações na véspera do Dia das Mães), são os principais ingredientes da poção milagrosa que estufa as burras dos quatro maiores bancos brasileiros.

A típica repetição da cena bem conhecida na natureza: um exército infindável de formigas, cada qual levando peso maior que a capacidade de suportar para enriquecer o formigueiro.

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