São Paulo (AE) – A eventual saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não assusta o empresariado paulista. Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o que realmente importa para o setor é que haja uma mudança da política econômica. "Com ou sem o ministro (Palocci), o governo tem de estar disposto a mudar essa política. Não defendemos pessoas, mas princípios e programas", afirmou o empresário.
Skaf argumentou que o Brasil é muito maior do que qualquer brasileiro e qualquer ministro e, por isso mesmo, não se pode afirmar que o País vai se assustar com uma eventual mudança no Ministério da Fazenda. "O que cabe a nos é exigir mudança na política econômica", reiterou.
O presidente da Fiesp preferiu não fazer comentários sobre a situação de Palocci. "Com toda franqueza, a saída ou a manutenção de Palocci é um problema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do próprio ministro. Não importa. Pois Lula pode manter um ministro e mudar a política ou trocar o ministro e manter a política", ressaltou.
Skaf disse que o que a indústria exige é que os juros sejam muito mais baixos, haja uma recuperação do câmbio, que tira a competitividade do País, e seja promovido um choque de gestão para redução dos gastos públicos. "Enfim, queremos uma política econômica que leve o Brasil ao crescimento significativo e acima da média mundial. Com muito suor, chegaremos a 3%, enquanto a média mundial será de 5% neste ano, com os emergentes em alta média de 7%", afirmou.
Skaf voltou a defender a ampliação do Conselho Monetário Nacional, para permitir a participação de empresários e representantes dos trabalhadores. "Um conselho de três autoridades, das quais duas são da mesma equipe (Fazenda e Banco Central), não podem definir as regras do jogo para o Brasil", afirmou.