Eventos lembram 61 anos do nascimento de Chico Mendes

Manaus – Se estivesse vivo, Francisco Alves Mendes Filho completaria 61 anos hoje (15). Em memória ao líder seringueiro Chico Mendes, como Francisco acabou conhecido em todo o mundo, a organização não-governamental Comitê Chico Mendes iniciou hoje em Xapuri e Rio Branco (AC) uma semana de shows musicais, apresentações teatrais, palestras, debates e lançamentos literários. As atividades, que contam com apoio do governo do Acre e da prefeitura de Rio Branco, vão até a próxima quinta-feira (22), data em que Chico Mendes foi assassinado, 17 anos atrás.

O crime aconteceu em 1988. Menos de dois anos depois, em 23 de janeiro de 1990, foi criada a primeira reserva extrativista do país, a do Alto Juruá, nos municípios de Cruzeiro do Sul e Marechal Taumaturgo (AC). As reservas extrativistas são um modelo de unidade de conservação surgido a partir da luta dos sindicalistas seringueiros do Acre, simbolizada por Chico Mendes. Se o líder seringueiro estivesse vivo, ele hoje (15) completaria 61 anos.

Em 12 de março de 1990, o governo federal publicou o decreto de criação da reserva extrativista Chico Mendes, que também fica no Acre, nos municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Xapuri, Sena Madureira e Rio Branco.

Hoje, o Brasil tem 43 reservas extrativistas, que ocupam uma área de 8,45 milhões de hectares e onde vivem cerca de 20 mil pessoas, segundo o coordenador do Centro Nacional de Populações Tradicionais (CNPT) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Paulo Oliveira.

As reservas extrativistas foram inspiradas nas reservas indígenas: nelas, a propriedade da terra continua sendo da União, mas o direito de posse e uso é das populações tradicionais (seringueiros, ribeirinhos, pescadores artesanais). "Chico Mendes colocou o homem, a mulher, a família como protagonistas importante da conservação ambiental, dizendo que é possível conviver com a natureza", diz Oliveira.

Das 43 reservas existentes, 14 foram criadas desde 2003, pelo atual governo. Elas somam 3,30 milhões de hectares e abrigam 10 mil famílias (metade da população total dessas unidades). "As reservas extrativistas estão em 13 estados e se concentram no Pará, seguido do Amazonas, Maranhão e Acre", informa o coordenador do CNPT. "Há dois modelos de reservas extrativistas: florestais e marinhas. Das que existem hoje, 26 são florestais e 17 são marinhas", completa.

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