Debater medidas de controle sanitário para evitar que a gripe aviária atinja a criação de aves do Paraná, caso o vírus chegue ao País. Este será um dos objetivos do II Encontro Técnico Unifrango, que acontece em Maringá nesta quinta-feira (10). Entre os assuntos que serão discutidos durante os dois dias do evento estão a detecção de doenças comuns às aves, o tratamento, como também as perspectivas do segmento no Brasil e no cenário internacional.
O vice-governador e secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Orlando Pessuti, destacou a importância do evento para o Estado, já que o Paraná possui 31 abatedores e abateu, em 2004, mais de 926 mil aves. ?Isto representou 22,7% do número de aves abatidas no País?, comentou.
Ao destacar a criação de aves como a principal atividade agropecuária na economia do Paraná, Pessuti lembrou que o Governo do Estado desenvolve uma série de ações para garantir a qualidade sanitária do plantel paranaense. Segundo ele, a atividade gera 60 mil empregos diretos e mais de 500 mil indiretos.
O presidente da Unifrango, Domingos Martins, também ressaltou a importância do Encontro. ?Na condição de maior produtor e exportador de frango de corte do país, é importante a realização de eventos como este, para que o Paraná continue mantendo o crescimento experimentado nos últimos anos?, disse. No primeiro semestre deste ano a exportação paranaense de frango de corte alcançou a receita recorde de U$ 385 milhões, um crescimento de 23,18 por cento em relação ao mesmo período de 2004.
No mês de julho, o Paraná teve o seu melhor desempenho em vendas ao mercado internacional. A receita da exportação do Estado atingiu a marca histórica de US$ 92,4 milhões. O que significou um crescimento de 73,8% , comparado ao mesmo período do ano passado.
Os dados são do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas (Sindivipar) e da Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar). Ambos atribuem a abertura do mercado internacional ao reconhecimento das políticas de controle sanitário implementadas no Estado. ?Desde 2001, as indústrias paranaenses vem se cercando de cuidados sanitários para garantir maior eficiência na produção e abate de aves. Adequando, assim, a produção às exigências do mercado internacional. O resultado disso é este avanço nas exportações?, disse o presidente da Avipar, Alfredo Kaefer.
Regionalização ? Entre os temas que serão discutidos durante o Encontro, está a regionalização da avicultura brasileira. De acordo com o projeto, elaborado pela União Brasileira de Avicultura (UBA) e Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) e viabilizado pelo Ministério da Agricultura, a iniciativa visa garantir a manutenção do comércio internacional dos produtos avícolas de determinadas regiões, isolando-as de áreas afetadas em caso de ocorrência de doenças infectocontagiosas, como Influenza Aviária e New Castle.
A primeira etapa do programa prevê, através de aparelho de GPS, a identificação e cadastramento de todas as propriedades rurais com mais de 400 aves. Segundo o presidente da Unifrango, mesmo antes da oficialização do programa, o Paraná está fazendo sua parte. ?O Paraná, por meio da atuação conjunta do Sindiavipar e da Secretaria, está saindo na frente neste programa que pretende implantar o conceito de regionalização sanitária na avicultura nos Estados?, disse Martins.
Para Pessuti, a regionalização é uma medida de segurança para que apenas os plantéis envolvidos sejam controlados, sem prejuízos para os demais. ?A regionalização é uma forma de proteção da economia, caso ocorra a incidência de doenças como a gripe aviária no país?, analisou.
Durante o Encontro, o secretário da Agricultura vai expor sobre as ações desenvolvidas pela Secretaria, em parceria com a Avipar e o Sindiavipar, como a formação de um grupo emergencial caso a gripe aviária chegue ao País. A expectativa é de que o projeto de regionalização seja oficializado ainda em novembro.