A despedida a Evandro Lins e Silva reuniu representantes de diferentes correntes políticas. Além do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lideranças de partidos como PFL, PMDB, PSTU e PSB – legenda que fundou, em 1946 – e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), prestaram homenagens ao jurista durante o velório, no Salão dos Poetas Românticos da Academia Brasileira de Letras (ABL), no centro.
Lula disse que tinha certeza de que Lins e Silva estaria com ele no dia da posse. ?Era quase como um compromisso, eu vinha cobrando dele quando o visitei em sua casa. Mas quis Deus que ele se fosse. Agora vamos torcer para que apareçam grandes juristas como o doutor Evandro?, disse o presidente eleito, que chegou ao velório à tarde e seguiu para o enterro, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul. No momento do sepultamento, ele pediu para estender a bandeira do Botafogo Futebol e Regatas em cima do caixão, ao lado da bandeira do Brasil.
Lula disse ainda: ?Acredito que o Evandro não era um ser humano normal, era uma espécie superior da raça humana, pela sua competência, pela sua postura e pelo seu compromisso com o Brasil.? Para ele, Lins e Silva era ?aquela pessoa que cada um de nós gostaria de ter por algumas horas só para conversar temas que considera especiais. Ele tinha sabedoria, tinha competência para numa meia hora de conversa ajudar a gente a acertar mais do que errar.?
O corpo do jurista foi enterrado no túmulo número 21 do mausoléu da ABL, ao lado do escritor Antônio Callado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence discursou: ?Ele nos ensinou a viver a cada injustiça sem um laivo de raiva ou de ódio. Era um dos advogados mais mal pagos e a identidade dos advogados chegou ao Supremo Tribunal Federal. Tínhamos todos a sensação da imortalidade do mestre?.