As mais poderosas associações de agricultores e de cooperativas agrícolas da Europa pedem que a Comissão Européia "proíba imediatamente" a importação de produtos alimentares brasileiros que não estejam dentro dos padrões de qualidade fitossanitária da Europa. Ontem as entidades enviaram oficialmente as solicitações ao governo europeu. Se implementadas, as medidas podem afetar as exportações de carne de porco, ovos, maçã, mamão além de carne de frango e bovina

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O pedido é feito às vésperas de uma reunião de chefes de Estado, que pode desbloquear as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) para a abertura dos mercados agrícolas. O pedido de proibição foi liderado pela Confederação Geral das Cooperativas Européias (Cogeca), com base em dois relatórios da União Européia (UE), que acusa o Brasil de desrespeitar uma série de padrões internacionais na produção. No fim de 2005, os europeus realizaram uma inspeção no País para avaliar a situação fitossanitária. Em abril, as análises ficaram prontas e concluíram que o Brasil não oferecia condições suficientes para que alguns produtos pudessem entrar no mercado europeu

A UE deu então dois meses para o governo se explicar. Brasília, porém, esperou até o último dia do prazo para enviar as explicações e as medidas que promete tomar para evitar sanções. Os documentos, porém, foram entregues em português, o que obrigará os técnicos a traduzi-los. Agora, as autoridades européias informaram ao Estado que vão analisar tanto o pedido dos agricultores como as explicações brasileiras. Em setembro, tomarão decisões sobre a entrada dos produtos nacionais na UE. "Estamos muito preocupados com a situação no Brasil de falta de controles na produção", afirmou Phillipe Tod, um dos porta-vozes da UE

Segundo os europeus, as deficiências de controle já registradas em 2003 não foram corrigidas, as ações prometidas pelo governo não foram cumpridas, não há controle de remédios em fazendas e ainda há sérios problemas nos testes em frangos. "Fizemos inspeções em 2003 e 2005 e a situação continua igual", alerta Todd, que confirma os problemas em produtos como carnes e ovos. Segundo ele, algumas medidas já foram tomadas, como o embargo ao mel brasileiro

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Já a carta enviada pelos agricultores e assinada pelo secretário-geral das entidades, Franz-Josef Feiter, alerta que o Brasil tem sérios problemas de padrão de qualidade. Enquanto não forem resolvidos, o setor privado europeu quer que as barreiras sejam impostas. O pedido foi enviado ao comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson. Sua assessoria garantiu que vai analisá-lo

Entre as várias queixas está a de que o Brasil continua a exportar ilegalmente carne de porco aos europeus. O Brasil ainda exporta ovos sem que o plano de controle de resíduos para o setor tenha sido aprovado pela UE. Aditivos proibidos na Europa ainda são usados na alimentação de animais que acabam sendo exportados aos mercados da França, Alemanha ou Itália.

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