Europa quer mais proteção

Países integrantes da União Européia estão insatisfeitos com as barreiras protecionistas de comércio já existentes e pressionam as forças políticas comprometidas com a liberdade do mercado, em busca de medidas ainda mais rígidas. O alerta foi dado pelo político português João Manuel Barroso, atual presidente da Comissão Européia, que constitui a instância governativa do bloco.

Na sexta-feira passada os principais líderes da União Européia se reuniram para analisar a instabilidade econômica dos mercados financeiros e encaminhar a elaboração de um código de conduta para os chamados fundos soberanos, além de tratar de questões prementes tanto no campo energético quanto nas mudanças climáticas.

Barroso está entre os defensores do livre comércio, e por isso tem-se manifestado com freqüência sobre os riscos prováveis do recrudescimento das medidas protecionistas do comércio ora em curso na União Européia.

O dirigente do bloco, entre outras coisas, lamenta a predominância nas discussões do pensamento de centro-direita, com tendência bastante acentuada para o conservadorismo.

A União Européia, segundo os analistas, que sempre se pautou pela abertura aos investimentos externos e flexibilidade nas políticas de comércio internacional, hoje está seriamente preocupada com a ascensão da China como potência econômica mundial, além de ser um dos países detentores do maior superávit comercial em relação ao bloco europeu.

Empresas européias, especialmente na França e Itália reclamam uma política mais ostensiva mediante o estabelecimento de um órgão regulador pan-europeu, para a defesa da propriedade intelectual, que é uma norma mundial desprezível nas cogitações dos empreendedores chineses. Apesar do aparente desinteresse da Alemanha e Reino Unido pela implantação do órgão regulador, Barroso entende que a pressão continuará forte e a providência não poderá ser procrastinada por muito tempo.

O presidente da Comissão Européia afirmou que a inovação verificada nos mercados financeiros é positiva para a economia global, mas a resolução das pendências deve ser feita de maneira pragmática, a fim de evitar que os ganhos sejam mais abundantes que os prejuízos. 

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