Eunício diz que não deixará PMDB e anuncia encontro com Lula hoje

O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, não reconhece como válida a convenção de seu partido, o PMDB, realizada ontem, em Brasília. Entre uma disputa de liminares, os participantes da convenção decidiram que membros do PMDB devem deixar seus cargos no governo federal. O ministro antecipa também que não pretende deixar o partido e que se reunirá ainda hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto com outros membros do PMDB.

"A convenção foi cancelada, suspensa por ordem judicial. E ordem judicial ninguém discute. O presidente Michel Temer, que é um jurista respeitado no Brasil, jamais iria descumprir uma decisão judicial". Eunício Oliveira argumenta que a liminar dando o direto para que a convenção pudesse acontecer foi concedida às 18h02, após o horário de encerramento dos trabalhos, as 17h, previsto em edital.

O ministro afirma ainda não se sentir confortável com a divisão do partido e diz que irá trabalhar até o último momento para que haja entendimento entre as duas correntes. "Eu só posso lamentar a decisão do meu partido. Não é uma coisa agradável, um partido da dimensão do PMDB se dividir. Mas, nós vamos buscar ainda, tendo em vista que a própria lei, a própria Justiça nos deu um tempo para fazermos a busca do entendimento", reitera.

Oliveira informa que irá se reunir ainda hoje com o presidente Lula, para tratar do assunto, juntamente com outros membros do PMDB. O ministro disse também ser fiel ao partido e que não irá sair do PMDB. "Não penso em sair do PMDB. E penso que o PMDB é maior do que todos nós. Não tem porque, nesse momento, imaginar a saída de quem quer que seja. A nossa luta não deve ser pela saída de companheiros. Tenho posição clara sobre a fidelidade partidária", afirma.

Para o ministro, o partido não pode deixar o governo neste momento favorável da economia. "O Brasil não tem uma bolha de crescimento. Tem um crescimento forte e sustentável. Não apenas para 2004, mas uma perspectiva de longo prazo. O PMDB sempre defendeu tudo isso. O Brasil precisa de estabilidade para continuar crescendo, gerando renda", destaca. O ministro participou em São Paulo de seminário sobre as perspectivas do setor de telecomunicaçõe para 2005.

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