Foto por: Miguel Rojo
O grito “Só deu Uruguai!” ressoou num bar central de Montevidéu, quando Diego Forlán abriu o placar e anotou o primeiro dos três gols (3-0) que deram a vitória aos celestes ante a África do Sul, colocando sua seleção a um passo das oitavas do Mundial.
Várias pessoas se reuniram para assistir ao duelo neste bar da avenida 18 de julho, a principal da cidade, que ficou deserta durante a partida, em pleno horário de trabalho. Nos poucos ônibus que circulavam só se ouvia a transmissão da partida através do rádio.
Com camisetas, sombreros, bandeiras nas cores uruguaias, os torcedores aplaudiram as chegadas da ‘celeste’ à área sul-africana, em meio a pizzas, cervejas e refrescos.
Longe da gélida noite sul-africana e apesar do frio outonal do exterior, dentro do bar aumentava o calor à medida que a partida avançava, aos gritos de “Sou celeste!” e “Olé olé olé, Diego, Diego!”.
A euforia chegou ao clímax com a cobrança de pênalti que garantiu o segundo gol para o Uruguai, aos 35 minutos do segundo tempo, novamente anotado por Forlán.
“Tchau, tchau, Bafana Bafana”, grita uma joven que comenta cada jogada com seus companheiros de mesa.
“Incrível”, diz Ignacio, de 22 anos, enquanto abraça um amigo. Começou a trabalhar às 7 da manhã para poder ficar liberado às 15, pouco antes do começo da partida. E diz que não perderá por nada o choque contra o México, no dia 22 de junho.
Assim como aconteceu na estreia da ‘celeste’ com a França, sexta-feira passada, o estatal Banco República antecipou o horário de atendimento ao público; a Câmara de Deputados fez sessão pela manhã.
Embora os horários das aulas não tivessem sido modificados, as autoridades da educação permitiram aos diretores das escolas que liberassem alunos e professores para assistir às partidas nos próprios estabelecimentos.
As empresas privadas optaram por colocar telas gigantes para que seus empregados não perdessem a atuação do Uruguai numa Copa do Mundo da qual não participava desde 2002.
“O Uruguai ganhou sem sofrer”, foi a manchete do site do jornal El Observador.