Os Estados Unidos poderão estar prontos para um ataque aéreo contra as instalações nucleares do Irã já no segundo trimestre deste ano, apesar das recentes negativas da administração de George W. Bush sobre essa possibilidade. A informação, atribuída a fontes "bem informadas de Washington", está em uma reportagem da edição deste sábado do diário britânico The Guardian.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos ampliaram sua presença militar no Golfo Pérsico com o envio de dois porta-aviões e o posicionamento de baterias extras de mísseis Patriot em países da região. Segundo o jornal britânico, embora o plano possa estar pronto já em abril, um eventual ataque seria mais provável em 2008, ano em que Bush deixa a Casa Branca.
Citando neoconservadores próximos à administração, o Guardian afirma que crescem as pressões para que Bush abra um novo front contra o Irã. Ainda segundo o jornal, entre os partidários da medida estaria o vice-presidente americano, Dick Cheney.
A lógica do plano é apelar para a ação militar caso os esforços diplomáticos para barrar as ambições nucleares do Irã não funcionem. Já na segunda metade de seu mandato, Bush disse em várias oportunidades que não quer que seu legado seja conhecido como o período em que o Irã tornou-se uma superpotência regional e ficou próximo de adquirir uma bomba nuclear
O analista em inteligência Vincent Cannistraro confirma a versão das fontes ouvidas pelo jornal britânico. "O planejamento está em andamento, apesar das negativas do secretário de Defesa, Robert Gates. Os alvos para uma campanha de bombardeio contra sítios nucleares já foram selecionados. Os acertos dos militares para colocar isso em andamento estão sendo tomados. Estamos nos preparando para a guerra, e isso é altamente perigoso.
Desde o início do ano passado os Estados Unidos têm insistido que a República Islâmica possui um plano secreto para construir uma bomba atômica, suspeita que ganhou forte repercussão internacional depois que Teerã anunciou um programa de enriquecimento de urânio.
Em alta concentração, o elemento pode ser usado como combustível para ogivas nucleares. O Irã, por sua vez, alega que seu objetivo é dominar o ciclo do urânio para produzir energia.