O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou que os EUA não vão retirar suas tropas do Iraque até que sua missão seja "completada". Bush fez essa declaração em Riga, na Letônia, onde está acontecendo uma reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um dia depois de a presença militar norte-americana no Iraque completar 1.347 dias, superando o tempo de participação dos EUA na II Guerra Mundial.

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"Vamos continuar a ser flexíveis. Faremos as mudanças necessárias para ser sucesso. Mas há uma coisa que eu não vou fazer: não vou tirar nossas tropas do campo de batalha antes de a missão ser completada", disse Bush, sem esclarecer qual seria a missão (o objetivo declarado da guerra, iniciada em março de 2003, era apreender armas de destruição em massa que, como ficou comprovado mais tarde, o regime de Saddam Hussein não possuía). "Não podemos aceitar menos do que a vitória, para nossos filhos e netos", acrescentou o presidente.

Sobre o Afeganistão, onde a Otan tem 32 mil soldados, Bush disse que a coalizão militar ocidental ajudou a transformar o país de um "pesadelo totalitário" para uma "nação livre". "Para a Otan ter sucesso, os comandantes militares no local precisam ter a flexibilidade de que precisam para fazer seu trabalho", disse Bush. Numa crítica velada a países da Otan que mantêm suas tropas em áreas relativamente seguras do Afeganistão, evitando as regiões mais conflagradas, Bush disse que é necessário um "compromisso total" dos integrantes da aliança. "O Afeganistão é a operação militar mais importante da Otan", acrescentou.

O presidente também disse que as guerras no Iraque e no Afeganistão são parte de um conflito ideológico mais amplo, que inclui o Líbano, a Síria e o Irã. "Sei que algumas pessoas em meu país, e algumas pessoas aqui na Europa, são pessimistas quanto ás perspectivas da democracia e da paz no Oriente Médio. Alguns duvidam que as pessoas naquela região estão prontas para a liberdade, ou de que elas a queiram o suficiente para ter a coragem de superar as forças do extremismo totalitário, Eu entendo essas dúvidas, mas não as partilho", acrescentou. Bush acusou o Irã de financiar o terrorismo e de tentar obter armas nucleares, disse que terroristas estão tentando desestabilizar a democracia libanesa e impedir um suposto processo de paz entre Israel e os palestinos e advertiu a Síria a não fornecer armas e apoio político à milícia xiita libanesa Hezbollah.

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Em Washington, Philip Zelikow, o principal conselheiro sobre Iraque da secretária de Estado, Condoleezza, Rice, renunciou ao cargo, dizendo que vai voltar a lecionar na Universidade da Virgínia. As informações são da Associated Press, citada pela Dow Jones.