Os Estados Unidos querem que a Nicarágua destrua centenas de mísseis de fabricação soviética para a proteção de seu espaço aéreo, dias depois de o presidente do país centro-americano, Daniel Ortega, ter dito que as bombas são necessárias para o sistema de defesa nicaragüense.
Ortega, antigo revolucionário que retornou à presidência dia 10 de janeiro, afirmou na sexta-feira,que seria absurdo destruir os mísseis SAM-7, enquanto a vizinha Honduras adere aos planos militares dos Estados Unidos. A Nicarágua mantém uma disputa territorial com o país vizinho desde 1999
A Embaixada dos Estados Unidos em Managuá divulgou ontem um comunicado à imprensa afirmando que Honduras está comprando oito pequenos aviões dos EUA com a finalidade de intensificar a luta contra o tráfico de drogas e não para um plano de ataque aéreo. "Os EUA esperam que a Nicarágua continue estabelecendo programa de desarmamento e destruição de materiais bélicos", prosseguia o comunicado americano.
Autoridades nicaragüenses afirmam ter destruído metade do seu estoque inicial – algo em torno de 2 mil mísseis – e o antecessor de Ortega se ofereceu para destruir mais 651 artefatos. A União Soviética forneceu os mísseis para Nicarágua quando o país ainda era um de seus aliados durante a Guerra Fria na época em que o governo sandinista estava instalado no país.
Funcionários norte-americanos alegam temores de que os mísseis eventualmente caiam nas mãos de "terroristas". Os sandinistas têm argumentado contra a destruição dos mísseis porque os países com os quais disputa fronteiras não aderiram a nenhum plano de desarmamento.