EUA propõem enviar observadores entre Gaza e Israel

Os Estados Unidos propuseram a israelenses e palestinos o envio de observadores internacionais ao principal entroncamento existente na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza com o objetivo de impedir os sucessivos fechamentos do cordão umbilical da economia do território litorâneo, informaram hoje autoridades. De acordo com o jornal israelense Haaretz, 90 observadores estrangeiros e 30 assistentes seriam posicionados no lado palestino do entroncamento de Karni. A missão internacional seria composta principalmente por europeus e americanos.

Tanto Israel quanto a Autoridade Nacional Palestina (ANP) manifestaram apoio à idéia. Entretanto, o governo israelense condicionou a implementação da proposta à libertação de um soldado capturado por militantes palestinos em junho. Funcionários do governo americano em Israel optaram por não emitir comentários sobre o assunto.

O entroncamento de Karni passou longas temporadas fechado este ano por causa de alertas de segurança e de ataques promovidos por milicianos palestinos. Praticamente todo o fluxo de exportação e importação de e para o território palestino litorâneo depende do funcionamento de Karni.

O negociador palestino Saeb Erekat disse que a proposta americana de colocar observadores estrangeiros no lado palestino do entroncamento partiu do major Keith Dayton, coordenador de segurança dos EUA na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O plano também prevê o treinamento de agentes palestinos para cuidar da segurança, do comércio e da alfândega e a construção de um novo terminal em Karni, prosseguiu.

Segundo Erekat, o plano prevê um investimento de mais de US$ 22 milhões em equipamentos e treinamento de funcionários palestinos. Ele comentou que uma eventual reforma permitiria a passagem de mais de 400 caminhões por dia por Karni em um momento no qual Gaza atravessa uma grave crise humanitária. De acordo com o negociador, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, já aprovou a proposta.

O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, elogiou a idéia numa reunião com Dayton na semana passada, mas avisou que o governo israelense não pensará no plano enquanto o cabo Gilad Shalit não for libertado.

Violência – Enquanto isso, pelo menos seis palestinos morreram em episódios de violência ocorridos nas últimas 24 horas. Perto da Cidade de Gaza, quatro palestinos morreram num ataque aéreo israelense. Segundo o Exército de Israel, os quatro tentavam estabelecer um bloqueio rodoviário.

De acordo com agentes palestinos de segurança, dois dos quatro mortos pertenciam ao grupo islâmico Hamas e os outros dois compunham a guarda presidencial da Fatah, do moderado Abbas. Em Rafah, no extremo sul de Gaza, um jovem de 21 anos morreu depois de ser atingido pelo disparo de um tanque israelense quando aparentemente voltava do trabalho para casa.

Segundo testemunhas, o tanque disparava a esmo contra um campo de cultivo. O Exército israelense afirmou que investigará o caso. Em Jenin, no extremo norte da Cisjordânia, soldados israelenses mataram um civil palestino desarmado de 64 anos no fim da noite de ontem.

De acordo com testemunhas, Sabri Halil era vigia noturno de uma escola em Jenin. Segundo relatos, ele foi baleado no coração depois de apontar sua lanterna para um carro em movimento. O Exército israelense alegou que seus agentes participavam de uma patrulha pela cidade palestina e atiraram contra um homem que "parecia ter uma arma", mas prometeu investigar o caso.

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