Um homem suspeito de ser um membro importante da rede Al-Qaeda procurado pelos bombardeios a embaixadas americanas no leste da África foi morto num ataque aéreo dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira (10) um funcionário somali, citando um relatório americano, enquanto seu governo chamava forças terrestres americanas para expulsar quaisquer extremistas que ainda restem.
Fazul Abdullah Mohammed, um dos terroristas mais procurados pela polícia federal americana (FBI) que conseguiu evitar de ser preso foi oito anos, foi morto num ataque aéreo na segunda-feira de acordo com um relatório do serviço de inteligência americano repassado às autoridades somalis. Supostamente, ele estava abrigado por um movimento islâmico somali que desafiou o governo da Somália no poder, apoiado pela Etiópia.
"Recebi um relatório dos EUA que trazia os alvos e a lista de danos provocados", disse Abdirizak Hassan, chefe de gabinete do presidente somali. "Um dos itens que constam do documento é a morte de Fazul Abdullah Mohammed." Ontem, helicópteros carregando armamentos atacaram combatentes suspeitos da Al-Qaeda no sul, um dia depois que as forças dos EUA lançaram ataques aéreos na primeira ofensiva no país africano desde que 18 soldados americanos foram mortos naquele país em 1993, disseram testemunhas.
Em Washington, um funcionário do serviço de inteligência americano disse que os EUA mataram de cinco a dez pessoas no ataque no sul da Somália, que se acredita estar associado à Al-Qaeda. O funcionário, que falou sob a condição de anonimato, afirmou que um pequeno número de pessoas que também estavam presentes, talvez quatro ou cinco, também ficou ferido.
Hassan disse que pelo menos três ataques aéreos foram lançados desde segunda-feira e que devem ocorrer ainda outros. Ele também afirmou que relatórios de inteligência indicaram que Abdirahman Janaqow, um dos vice-líderes do movimento islâmico rival, também havia sido morto no ataque.
Fazul, de 32 anos, ingressou na rede Al-Qaeda no Afeganistão e recebeu treinamento com Osama bin Laden, naquele país – de acordo com a transcrição de um interrogatório feito pelo FBI a um conhecido membro da rede. Foram oferecidos US$ 5 milhões por sua cabeça por ter, supostamente, planejado os ataques de 1998 às embaixadas americanas em Nairóbi e Dar es Salaam, na Tanzânia que mataram 225 pessoas.