EUA e Rússia não vivem nova Guerra Fria, diz Rice

As relações entre os Estados Unidos e a Rússia passam por momentos difíceis, mas as crescentes tensões não podem ser caracterizadas como uma nova Guerra Fria, afirmou nesta segunda-feira (14) a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice. "O momento é de intensa diplomacia", frisou ela, enquanto voava para encontros de alto nível na Rússia, no momento em que diferenças políticas entre as duas nações foram sublinhadas por duras críticas do presidente russo, Vladimir Putin, à administração Bush.

Rice, que se encontra amanhã com Putin, disse que Washington está empenhado em discutir as diferenças, principalmente sobre planos dos EUA de instalar um sistema antimíssil na Europa, a ameaça da Rússia de congelar sua participação num tratado de armas e a oposição de Moscou a um plano concedendo independência à província sérvia de Kosovo.

A administração Bush também expressa preocupação com passos dados por Putin para consolidar seu poder no Kremlin, que seriam um retrocesso democrático no momento em que a Rússia se prepara para eleições presidenciais e parlamentares.

"Não endosso termos como ‘nova Guerra Fria’", afirmou Rice a repórteres a bordo do avião que a levava a Moscou. "Trata-se de uma grande, complicada relação, mas não é nada como uma hostilidade implacável" que marcou as relações entre a União Soviética e os Estados Unidos.

"Não é um momento fácil na relação, mas também não é, acredito, um momento em que cataclismos estão afetando o relacionamento ou que catástrofes estão ocorrendo na relação", ponderou. Para ela, "é criticamente importante usar este momento para acentuar aquilo que está indo bem e trabalhar naquelas coisas que não estão indo bem".

Parceria

Ela destacou que os EUA e a Rússia estão trabalhando em diversas áreas, como nas negociações envolvendo os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte, na luta para conter a disseminação de armas de destruição em massa e nos esforços de paz no Oriente Médio. "A Rússia não é a União Soviética, então isso não é a relação americano-soviética, isso é a relação americano-russa", lembrou Rice, uma especialista em Guerra Fria que visitou Moscou pela primeira vez em 1979. "Muita coisa mudou".

Mas sua visita ocorre no momento em que as relações entre as duas nações vivem seu pior momento desde o fim da União Soviética. Em abril, a Rússia passou a criticar abertamente planos dos EUA de instalarem componentes de um sistema antimíssil na Polônia e na República Checa, dois antigos membros do Pacto de Varsóvia, apesar de garantias de Washington de que o sistema visa conter ameaças do Irã e da Coréia do Norte e promessas de compartilhar tecnologia com Moscou.

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