A bilionária indústria do cinema, música e mídia abre uma verdadeira batalha entre Estados Unidos e China. Depois de anos de ameaças, a Casa Branca anunciou finalmente que levará hoje à Organização Mundial do Comércio (OMC) duas queixas contra a pirataria na China, depois de já ter questionado nas cortes internacionais os principais pilares da política comercial e industrial do país.
Para tentar evitar a disputa, Pequim se apressou para anunciar iniciativas comerciais para agradar às autoridades americanas: a imposição de novas leis criminais na China contra a pirataria e a promessa de comprar US$ 16 bilhões em produtos americanos durante um encontro oficial entre os dois países no próximo mês. Em vão.
"Os níveis de pirataria na China continuam inaceitavelmente altos. A proteção inadequada da propriedade intelectual custa às empresas americanas bilhões de dólares por ano. E alguns produtos representam risco aos consumidores na China, Estados Unidos e no resto do mundo", afirmou Susan Schwab, representante de Comércio dos Estados Unidos.
Esta é a segunda vez que o tema de propriedade intelectual chega aos tribunais da OMC. Na primeira ocasião, há cinco anos, os americanos questionaram a lei brasileira por causa da possibilidade de que o governo pudesse quebrar patentes para fabricar remédios genéricos. Um acordo acabou evitando uma verdadeira guerra.