Há muito que a gestão de condomínios deixou de ser coisa de amadores. Primeiro ocorreu a migração de população para as áreas urbanas, ocasionando uma grande concentração nas regiões metropolitanas. E, como resultado, a verticalização das moradias para fazer frente a esse fluxo.
A atividade dos administradores também teve que se adaptar a essa nova realidade, levando em conta sua complexidade e as rápidas e constantes mudanças, características do mundo moderno.
Em todas as atividades onde as mudanças ocorrem em velocidade muito rápida, os setores e as pessoas envolvidas levam um tempo para ajustar suas condutas e, inicialmente, desviam-se de suas metas. Não é diferente nos condomínios. Moradores, síndicos, funcionários, rede de profissionais e empresas ajustam constantemente suas atividades para torná-las mais eficientes e lucrativas. Somente em São Paulo, este mercado movimenta mais de R$ 1 bilhão mensais.
É evidente que essas cifras tornam-se um atrativo para todos os envolvidos. Atrativo no sentido profissional de gestão; mas elas também podem atrair algumas ações indesejáveis. Não podemos ignorar os inúmeros casos de obras não realizadas, contratos que favorecem determinadas companhias e outras ações de maior ou menor envergadura que ferem a ética da atividade, os princípios morais que devem ser observados no exercício de uma profissão ou função.
Há muito que a administração de condomínios vem passando por experiências cujos resultados nem sempre são satisfatórios. Por exemplo, orçamentos com vícios, clientelismo nas escolhas de prestadores de serviços, para não falar de coisas mais graves.
As administradoras profissionais de condomínios têm um importante papel no saneamento e regularização do setor. Sua estrutura e capacitação profissional permitem uma gestão cujos componentes minimizam ou impossibilitam essa ações indesejáveis, qualquer que seja a sua origem.
É absolutamente imperioso que as empresas que assessoram profissionalmente os condomínios não se envolvam em negociatas, o que comprometeria toda a lisura do processo. De tal forma que, com sua estrutura e capacidade, as administradoras exercem um papel indispensável na modernização e ética da gestão condominial.
Ética na gestão quer dizer escolher sempre como parceiras as empresas que prestam serviços nos condomínios por sua capacitação técnica, além de uma avaliação correta dos preços, desconfiando das distorções nas comparações. Ética na gestão é considerar sempre as nossas limitações, consultar sempre especialistas nas diferentes áreas que necessitem de iniciativas: engenharia, direito, consultoria em segurança, auditoria etc.
Ética na gestão é ouvir sugestões e ser isento nas deliberações. Ética na gestão é ser democrático, acatar as decisões da maioria mesmo que contrárias às suas.
Poderíamos enumerar um sem fim de atitudes que tornam a vida em condomínios mais agradável e amena, pois o senso comum é a busca da paz no local de nossa moradia e de moradia de nossa família.
Resgatar a credibilidade em nossa atividade é o principal desafio dos administradores condominiais. Um desafio que deve sobrepor-se até mesmo a alguns princípios da concorrência entre administradoras; deixando que nossos clientes e futuros clientes optem pelo perfil que lhes é mais adequado, nunca pelo resultado de assédio comercial agressivo ou concorrência predatória.
A transparência, o profissionalismo a capacitação técnica e, principalmente, a ética, devem ser os princípios que norteiam nossa atividade e que devem estender-se a todos os envolvidos: moradores, funcionários e profissionais. Somente assim podermos assegurar que os futuros síndicos e moradores em edificações tenham a ética incorporada às suas atividades diárias.
Gabriel Karpat é consultor de condomínios na Karpat Sociedade de Advogados e diretor da GK Administração de Bens – diretoria@gk.com.br
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