Causou espanto entre integrantes do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados a rejeição dos relatórios propondo a cassação dos mandatos dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP). Asco seria a expressão adequada para caracterizar a reação do eleitorado, mais uma vez iludido em suas convicções.
O estupor dos membros do conselho é tamanho que seu presidente, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), chegou a afirmar que a maioria dos votantes na absolvição dos acusados de infringir postulados de decoro parlamentar sequer tomou conhecimento do relatório ou ouviu a leitura durante a sessão plenária da Casa.
Os deputados Colbert Martins (PPS-BA) e Edmar Moreira (PFL-MG) pensam, inclusive, em pedir desligamento do dito conselho, ao que parece relegado a mero enfeite na composição do Congresso Nacional.
Bastante oportuna, no entanto, é a posição firmada pelo deputado Mendes Thame (PSDB-SP) na coleta de assinaturas para respaldar a apresentação de emenda constitucional (PEC), tornando obrigatório o voto nominal nos processos de perda de mandato de deputados e senadores.
Razão assiste ao deputado paulista diante da manifestação do plenário da Câmara ao poupar claramente os acusados de sacar das contas de Marcos Valério, dentro da sistemática de estufar com dinheiro de origem fraudulenta o bolso de parlamentares da base aliada.
Dissimulados pelo voto secreto, excrescência que o Congresso deveria ter extirpado há muito tempo, os deputados tratam de salvar a pele de companheiros sempre de olho em conveniências pessoais e na retribuição de favores. Essa vergonha precisa acabar.
