?Como os biocombustíveis podem matar os pobres de fome? será a principal reportagem da próxima edição da influente revista norte-americana Foreign Affairs, que estará nas bancas em junho. Segundo seus autores, a alta demanda por etanol (álcool combustível), que vai elevar os preços dos alimentos, pode criar 600 milhões de ?cronicamente famintos? até 2025. A reportagem é uma crítica à chamada ?bolha do etanol?, principalmente ao combustível produzido a partir do milho nos EUA, e faz eco às críticas do presidente cubano Fidel Castro e do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

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Segundo os autores C. Ford Runge e Benjamin Senauer, professores da Universidade de Minnesota, a alta demanda por milho nos EUA está inflacionando o preço do milho e de vários outros grãos no país e no mundo. ?O enorme volume de milho exigido pela indústria do etanol está causando um choque no sistema de produção de alimentos?, dizem os autores. Em março deste ano, o preço do milho futuro chegou ao nível mais alto em 10 anos. Os preços do trigo e do arroz também subiram, porque os agricultores estão aumentando a área plantada de milho e reduzindo a de outras culturas. Preços de carne de boi, frango, porco e ovos já estão subindo, por causa do encarecimento do milho, parte da ração dos animais.

No México, no fim de 2006, o preço da tortilla havia dobrado por causa da alta do milho americano – os mexicanos importam 80% de seu milho dos EUA. Para encher o tanque de 94 litros de um utilitário esportivo com etanol puro, são necessários 205 quilos de milho – o que contém calorias suficientes para alimentar uma pessoa por um ano.

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