Etanol não prejudica produção de alimentos, diz FAO

A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) vai entrar na briga sobre o uso do etanol (álcool combustível), dando razão ao Brasil. A pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a FAO fez um diagnóstico sobre o assunto e concluiu que os biocombustíveis não prejudicam a produção de alimentos no mundo, como argumentam os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e de Cuba, Fidel Castro.

No discurso que fará hoje em Santiago, Lula dirá que, mais do que fontes alternativas baratas, o etano e o biodiesel oferecem repostas eficazes para os principais desafios da época, como geração de empregos, e diversificam a pauta exportadora. "Está havendo uma ideologização descabida, mas nós vamos tirar a ideologia dessa discussão", afirmou o ex-ministro José Graziano, atualmente no cargo de representante regional da FAO para América Latina e Caribe. Lula receberá as conclusões das Nações Unidas hoje, das mãos de Graziano, ao lançar a campanha intitulada América Latina Sem Fome.

"Esse é um tema novo, pouco conhecido e alvo de muita especulação. Não é uma solução para todos os países, não é uma panacéia, mas semear combustível é uma grande oportunidade de tirar muita gente da pobreza", disse Graziano, que é um dos mentores do Fome Zero. "Não podemos politizar esse debate." O estudo da FAO revela que, dos anos 60 até hoje, a América Latina e Caribe triplicaram a produção de alimentos. Além disso, segundo patamares fixados pela organização, o mínimo necessário para uma pessoa sobreviver bem alimentada é de 2.200 quilocalorias diárias. De 2002 a 2004, a oferta de alimentos no mundo ficou bem acima dessa medida: 2.800 quilocalorias. Somente na América Latina e Caribe foi de 2.880.

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