O estudo de fígados e brânquias deve indicar o que provocou a morte de cerca de 900 peixes no lago do Parque Barigüi no último final de semana. Os peixes começaram a aparecer mortos no sábado. Uma equipe do Museu de História Natural fez a coleta dos materiais para análise e a expectativa é de que o resultado fique pronto na próxima semana.
?Estamos monitorando a situação e aguardando o resultado da análise dos peixes e também da água do lago?, explicou o secretário municipal do Meio Ambiente, Ibson Campos. Segundo ele, visualmente não há nada de errado com o lago e os peixes. Não foram encontrados parasitas ou sinais de hemorragias.
Foram recolhidas várias espécies de peixes mortos, principalmente carpas, bagres e carás, em diversos tamanhos. Os primeiros começaram a aparecer no sábado. Outros surgiram no domingo. O estado dos que foram encontrados nesta segunda (25) indica que eles já deviam estar mortos há mais tempo. Todos estão sendo levados para o aterro sanitário da Caximba.
Segundo o biólogo e ictiólogo Vinicius Abilhoa, do Museu de História Natural, três fatores podem levar à morte de diversos peixes ao mesmo tempo: floração de algas (algumas espécies possuem toxicinas), poluição por agente químico ou poluição natural (quando há muito peixe e muita bactéria juntos e o oxigênio da água não é suficiente para todos).
Os dois primeiros fatores estão descartados no caso do Barigüi e o mais provável é que os peixes tenham morrido por asfixia. Só o estudo poderá confirmar isso. Mas Abilhoa explicou que há muita matéria orgânica no fundo do lago e as bactérias necessitam de muito oxigênio. Quando esquenta, a lâmina de água fica baixa e o oxigênio diminui.
A situação ficou pior com o resultado de uma inversão térmica ocorrida de sexta para sábado. Como uma frente fria faz com que a água circule no lago, a parte menos oxigenada do fundo mistura-se com a que possui mais oxigênio. Com isso, os peixes que precisam de mais oxigênio acabam morrendo.
Estudo vai mostrar causa das mortes de peixes no Barigüi
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