Piracicaba – O Brasil terá de produzir 570 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra de 2010/11 para abastecer os mercados interno e externo de álcool e açúcar, ou seja, 184 milhões de toneladas mais que a safra 2004/05. Para dar conta da demanda, serão necessárias 73 novas usinas, além da expansão das unidades em operação. Os investimentos totais são estimados em R$ 14,3 bilhões. As projeções estão em um estudo apresentado à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool pela Dedini S/A Indústria de Base, de Piracicaba
De acordo com o vice-presidente de Operações da empresa, José Luiz Olivério, o estudo levou em conta o aumento da demanda dos mercados externo e interno. Ele explicou que, das 73 usinas estimadas, 4 entraram em operação na safra atual, 27 estão em fase de montagem e 29 em fase de projeto. Seriam necessárias ainda 13 novas usinas. "Há inúmeros projetos em fase de consulta", comentou.
Olivério defendeu que a meta projetada para atender ao mercado deverá ser alcançada em 2010/11. Explicou que uma usina de açúcar leva em média dois anos para ser construída e equipada. Ele lembrou que na safra 2004/05 foram processados 386 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por 343 usinas. Na atual safra, 2005/06, mais 4 usinas entraram em operação.
As 27 usinas em fase de montagem deverão iniciar a operação na safra 2007/08 e as 29 em projeto, na safra 2009/10. "Nossa estimativa é de que serão necessárias no total 416 usinas na safra seguinte para abastecer o mercado", disse. Segundo ele, as regiões tradicionais na produção sucroalcooleira, como Ribeirão Preto, Araraquara e Piracicaba, estão investindo principalmente em expansão
As novas unidades estão sendo construídas no oeste de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, sul de Minas Gerais e Goiás, conforme Olivério. "No Nordeste não há um movimento forte de novas usinas. No Maranhão há alguns projetos na fase de consulta", afirmou. O estudo apontou que serão necessários investimentos de R$ 4,1 bilhões em expansão e R$ 10,2 bilhões em construções na projeção até 2010/11.
Olivério comentou que o estudo, apresentado na semana passada à Câmara Setorial e ao ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, poderá ser ajustado, conforme mudanças no cenário. "O setor tem de garantir o abastecimento", enfatizou.
Dedini
A Dedini é líder no setor de equipamentos para o setor sucroalcooleiro, com 55% de participação no mercado. A empresa estima que irá aumentar em 76% o faturamento em dois anos. Em 2004, o grupo faturou R$ 460 milhões; em 2005, R$ 700 milhões. A previsão para este ano é de faturamento de R$ 810 milhões. Segundo Olivério, no ano passado foram investidos R$ 26 milhões em expansão e melhorias
Em 2005, as exportações somaram R$ 50,8 milhões e a estimativa para 2006 é de R$ 81,7 milhões. O número de funcionários também cresceu. Eram 3.120 empregados no final de 2004, 3.641 no final do ano passado e este ano deve terminar com 3.784 postos de trabalho. A empresa mantém ainda 1.000 empregos diretos terceirizados.
Além do sucroalcooleiro, a Dedini fornece equipamentos para os setores de cervejarias, tratamento de efluentes líquidos industriais, estocagem de sucos, fertilizantes, energia, siderurgia e peças fundidas.