São Paulo – Estudantes e ativistas de movimentos populares protestaram nesta segunda-feira (4) contra a política econômica empregada no governo atual, ?extremamente ortodoxa e conservadora?. Em ato realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), cerca de 200 membros da União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Coordenação dos Movimentos Populares (CMS) participaram do manifesto.
O presidente da UNE, Gustavo Petta, explicou que o ato foi o lançamento de um movimento amplo por mudanças. Desse primeiro protesto resultará um documento que será entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no próximo dia 13.
As idéias serão aprofundadas durante um seminário que deve ocorrer no começo de 2007, organizado pela UNE em parceria com a Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH), ?para aprofundar e dar mais consistência às propostas de mudança?, disse Petta. Segundo ele, ainda serão realizadas diversas manifestações de rua em todo o país.
Petta afirmou que o ato foi um embrião de um movimento nacional para buscar as mudanças consideradas necessárias pela UNE e os outros movimentos sociais. Na avaliação de Petta, a política econômica atual impede o crescimento, a geração de empregos e a distribuição de renda.
Entre os principais alvos de críticas da UNE está o Banco Central, que mantém uma das maiores taxa de juros do mundo. O presidente da organização estudantil diz que o BC condiciona toda a política do governo a metas de inflação e impede o crescimento do país. ?O Brasil precisa de um outro rumo e isso passa por mudar, principalmente, a orientação do atual Banco Central?.
?Se a direção do Banco Central fosse ligada aos setores mais desenvolvimentista seria uma sinalização clara e evidente do governo rumo a mudanças mais profundas?, afirmou Petta.
O presidente da UNE criticou o que chamou de ?privatização?do Banco Central. De acordo com ele, o BC é praticamente privatizado porque atende principalmente aos interesses das grandes corporações financeiras nacionais e internacionais. ?O presidente deveria estatizar o Banco Central, colocando ali pessoas que tenham compromisso com a nação e que não estejam ali estagiando para depois trabalhar nos grandes bancos?, disse.
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