Por duas vezes, hoje, cerca de 150 estudantes interromperam a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, mas não conseguiram impedir a votação do Processo de Ocupação das Vagas Remanescentes (Provar). Eles subiram em mesas  gritaram palavras de ordem, ameaçaram o reitor Carlos Augusto Moreira Junior e estavam determinados a passar a noite no gabinete da reitoria.

Pela manhã, os conselheiros decidiram, por 13 votos a 4, contra uma proposta do Diretório Central dos Estudantes (DCE) que pedia a retirada de pauta da questão sobre as vagas ociosas. A proposta da reitoria é preencher algumas das 1.247 vagas com estudantes de outras universidades ou faculdades particulares, passando por prova semelhante ao vestibular. Os estudantes alegam que primeiro é preciso resolver o problema da falta de professores para depois aumentar o número de alunos.

Logo após a decisão da manhã, os estudantes que assistiam à sessão subiram em uma mesa e fizeram grande algazarra, obrigando à suspensão da sessão. Eles não saíram da sala do conselho, local para onde a reitoria convocou uma coletiva à tarde.

Com todos os conselheiros colocados ao seu lado, o reitor iniciou a coletiva citando o nome de cada um. Disse que a questão das vagas ociosas já vinha sendo discutida desde o fim de abril, quando tomou posse, e logo depois colocou em votação a questão.

Os estudantes novamente tomaram conta da sala, muitos subiram na mesa da presidência do conselho, o reitor ficou acuado e deixou a sala sob gritos de ?golpe? e ?fascista?.

?A idéia foi impedir que o golpe acontecesse?, alegou o coordenador-geral do DCE, Guilherme Mikami. ?Achamos que a nossa atitude foi justa.?

Com seu espaço tomado, o reitor transferiu a coletiva para a Câmara Municipal de Curitiba. Segundo ele, a ocupação de vagas remanescentes foi aprovada por 14 votos a 2 e terá início no próximo ano. Cada colegiado dos 68 cursos irá analisar agora quantas vagas poderá oferecer e as provas deverão acontecer em meados de fevereiro. ?A universidade é pública e preencher as vagas é obrigação do administrador público?, argumentou. ?Nós somos sustentados pelo povo brasileiro e temos que gerir bem.? Ele pediu que a sociedade proteste contra a ocupação feita pelos estudantes. (AE)

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