A longa estiagem que afeta a produção de grãos no sul do
Brasil demonstra a fragilidade da soja transgênica frente à escassez de água
conforme revelam os indicadores de produtividade da cultura divulgados pela
Conab, órgão do Ministério da Agricultura. No Paraná, na região Sudoeste,
castigada pela seca na mesma intensidade que as regiões produtoras gaúchas, a
produtividade da soja convencional é de 1.745 kg por hectare. Já no Rio Grande
do Sul, os produtores de soja transgênica vão colher apenas 780 kg por
hectare.
Segundo levantamento do Deral, da Secretaria de Agricultura e do
Abastecimento, a produtividade média do Paraná para esta safra de soja
convencional será de 2.330 kg por hectare. \"As variedades de soja convencional,
desenvolvidas por empresas nacionais, certificadas e adaptadas ao Rio Grande do
Sul, tiveram melhor desempenho. A diferença de perdas variou segundo as
condições de cada plantação?, calculou Narciso Barison, presidente da Associação
dos Produtores e Comerciantes de Sementes do Rio Grande do Sul
(Apassul).
De acordo com o assistente técnico em soja da Emater gaúcha,
Aurelino Dutra de Farias, além da produtividade reduzida, o grão colhido
apresenta baixa qualidade e tem coloração diferente. A maturação foi forçada
pela seca. No Paraná, segundo o Deral, apesar da estiagem, a soja convencional
teve um desempenho de produtividade expressivamente superior ao registrado nas
regiões gaúchas de soja transgênica.
A produtividade média da soja
convencional paranaense será de 2.330 kg/ha, destacando-se a região Oeste com
uma produtividade de 2.680 kg/ha. Os produtores de soja dos municípios da região
Sul vão colher 2.597 kg por hectare; no Nordeste, a produtividade será de 2.250
kg/ha; no Centro Oeste, 2.180 kg/ha e no sudoeste, a região mais castigada pela
seca, a média será de 1.745/kg/ha.