Cerca de 1,8 milhão de pessoas de Curitiba e região metropolitana podem começar a sofrer com o racionamento de água a partir do dia 17, em razão da longa estiagem que tem atingido todo o Paraná. As chuvas da última semana – apenas 23 milímetros – e a economia espontânea da população foram insuficientes para repor a água dos reservatórios. "Esperaremos até o fim da próxima semana, mas provavelmente teremos o racionamento", disse o gerente metropolitano da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Antônio Carlos Gerardi.
Uma nova frente fria é aguardada para segunda-feira, mas as chuvas devem ser fracas. De acordo com o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), somente na primavera deverá chover com regularidade. Há cerca de duas semanas, a Sanepar havia apelado aos consumidores para que economizassem 20% do consumo diário de água, o que evitaria racionamentos. "Na primeira semana, foi de 1% e, na segunda, de 6%", lamentou Gerardi.
A princípio, o racionamento será feito por bairro: o fornecimento será interrompido por 26 horas ininterruptas a cada semana. Caso não seja suficiente, o esquema pode se tornar mais rigoroso. Os mais atingidos pelo corte serão os habitantes das regiões central e norte da cidade. Eles são abastecidos pelas represas do Iraí e do Piraquara, as mais prejudicadas.
A barragem do Iraí, com capacidade de 58 milhões de metros cúbicos, tinha hoje 34,6% de preenchimento. A do Piraquara, com capacidade de 23 milhões de metros cúbicos, tinha 61,4% preenchido. A represa do Passaúna, que atende sul e oeste de Curitiba e o município de Araucária, está com preenchimento de 84% de sua capacidade total de 48 milhões de metros cúbicos.